Espalhadas um pouco por todo o concelho, as fontes e os chafarizes de Aguiar, Alcáçovas e Viana do Alentejo são pequenos repositórios de história partilhada.
Situada a cerca de 1 km de distância da vila, a tradição oral afirma que a fonte do concelho em Alcáçovas remonta ao período de D. Dinis. Em trabalho efetuado pela Câmara Municipal em 1725, a estrutura atual apresenta frontão de alvenaria caiado de branco, de forma triangular e remate piacular. A taça simples foi lavrada em pedra, e encontra-se ladeada por bancos de repouso e marcos graníticos. Alcançável por caminhos de campo cerrado, a fonte santa é conhecida pelas qualidades medicinais das suas águas: no Aquilégio Medicinal surge referenciada como antifebril, e já no século XIX o Padre Cardoso refere que “em 1653 passou a ser santa para chagas cancerosas”. É composta por uma estrutura de alvenaria, fechado por gradaria em metal, no interior da qual encontramos dois paneis azulejares com representação de Nossa Senhora.
Durante muitos anos a vila de Aguiar foi abastecida pela Fonte do Paço. A sua designação deve ser proveniente do facto de estar num local de passagem. Era uma fonte de mergulho ou de chafurdo: uma cova com água abaixo do nível do chão onde se mergulhavam as vasilhas para encher. Segundo Túlio Espanca a fonte terá recebido uma cobertura de alvenaria, refeita em 1936. A documentação antiga registou alguns acontecimentos nas suas imediações, tais como agressões ou crimes no caminho da fonte.
Já em Viana do Alentejo, as fontes e os chafarizes dão sede a quem se interessa pela História local: a Fonte da Renascença (também conhecida como Fonte dos Escudeiros ou Fonte da Praça), corresponderá ao que a documentação medieval apelida de “Fonte Grande”, e tudo indica que seria a fonte que D. Dinis quereria ver no interior do castelo no século XIV. Nas suas matrizes renascentistas destacam-se as três gárgulas, a decoração floral das bases das colunas em mármore com capitéis coríntios e as figuras em relevo na zona do anteparo.
O chafariz da praça da palha foi edificado no ano de 1904 e serviu como lavadouro municipal nas primeiras décadas do séc. XX; a Fonte da Cruz terá sido o primeiro ponto de água canalizada da vila: criada por subscrição popular em 1898, com os seus embrechados e três gárgulas, um dos motivos pelos quais é conhecida localmente pela “fonte das três bicas”; A “fonte de baixo” ou das freiras, assim conhecida por ser utilizada pelas freiras jerónimas do Convento do Bom Jesus, datará inicialmente do século XVII/XVIII, tendo sido em parte destruída em 1820, e recuperada em 1896.
Destinada inicialmente ao serviço público, e tendo posteriormente sido aberta ao gado das hortas das imediações, é sabido que até cerca de 1965 a Fonte Coberta ou Fonte do Rossio das Freiras tanque possuiu um remate superior de ameias com função decorativa. Destaca-se o frontão triangular, o escudo de armas do período de D. Manuel I e a inscrição “Comissão dos Pastos 1904”, numa clara referência às obras ordenadas pela comissão nos primeiros anos do século XX.
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